O governo do Maranhão promoveu nesta sexta-feira (22) mais uma edição do evento “Tô Conectado”, no estádio Castelão, em São Luís, prometendo tecnologia e inovação para a educação. Na prática, o que se viu foi um retrato de improviso, desperdício de recursos públicos e propaganda política disfarçada de política educacional.
Apesar da contratação de dezenas de ônibus, menos de um terço do Castelão foi ocupado. Alunos foram levados para o estádio desde o início da tarde e ficaram esperando horas pela chegada do governador Carlos Brandão. Por volta das 17h, muitos já haviam começado a ir embora, cansados e desmotivados. O governador só apareceu às 18h.
Enquanto isso, a falta de organização ficou evidente — houve até briga entre adolescentes no meio do público.
O contraste mais gritante, porém, foi entre os gastos e as prioridades da Secretaria de Educação. Foram investidos valores absurdos em água, comida, estrutura e até robôs animadores de festa de formatura. Tudo isso no mesmo ano em que a Seduc deixou de oferecer formações continuadas para professores por alegada falta de recursos.
E os tablets, grande atração do evento? Foram distribuídos apenas aos alunos do 3º ano, como se fossem bens pessoais, e não recursos das escolas. Isso significa que os próximos estudantes só terão acesso ao benefício se houver uma nova compra. Além disso, os equipamentos são da Multilaser, a mesma marca que já havia sido distribuída a professores anos atrás — aparelhos que, em pouco tempo, apresentaram falhas e deixaram de funcionar.
O próprio Brandão, em discurso, afirmou que o Maranhão “virou a página do atraso” em referência à gestão anterior da Seduc, comandada por Felipe Camarão. Mas o evento deixou claro que não houve planejamento nem metodologia pedagógica, apenas gasto desenfreado e marketing político.
No fim das contas, a educação maranhense não ganhou uma página nova: apenas mais um capítulo de propaganda cara e resultados duvidosos.

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