O Instituto Nacional de Opinião Pública (INOP) voltou às manchetes nesta terça-feira (12) ao divulgar uma pesquisa sobre a disputa pelo Governo do Maranhão em 2026, que coloca Eduardo Braide e Orleans Brandão em empate técnico. Mas, para quem acompanha política, não é possível olhar para esses números sem lembrar do passado recente da instituição — um passado marcado por impugnações, polêmicas e erros gritantes que deixaram arranhada a sua credibilidade.
Em 2024, o INOP acumulou decisões judiciais que suspenderam a divulgação de levantamentos no interior do estado. Em Carolina e Governador Nunes Freire, por exemplo, uma pesquisa chegou a ser classificada pela Justiça como “falsa” e “nitidamente montada” para beneficiar um candidato do PL, com direito a multa diária de R$ 10 mil caso fosse divulgada. Um mês antes, em Pinheiro, outro levantamento foi impugnado sob a acusação de manipulação e indução de respostas — e essa já era a segunda vez que o instituto enfrentava problemas na cidade.
Também houve o caso de Mirador, em abril, onde a pesquisa foi registrada em nome de uma empresa ligada à prefeita candidata à reeleição, acendendo o alerta para um possível conflito de interesses. Em São João Batista, blogueiros denunciaram o que chamaram de “estupro eleitoral”: um levantamento que apontava uma liderança inexistente, supostamente para favorecer aliados do deputado Josimar de Maranhãozinho. Já em Aldeias Altas, o prefeito chegou a usar uma pesquisa do INOP — chamada por adversários de “sem credibilidade” — para tentar confundir eleitores.
As críticas não vieram apenas de adversários locais. O ex-prefeito Lahesio Bonfim, um dos nomes de peso da política maranhense, fez questão de expor nas redes sociais comparativos entre pesquisas do INOP e o resultado das urnas em cidades como Matões, São João Batista e Caxias. Em todos os casos, os números do instituto se mostraram distantes da realidade. “Não acerta nada. São todas assim, INOPerantes!!!”, ironizou Bonfim.
Agora, diante desse histórico, a nova pesquisa que pretende medir o cenário para 2026 levanta a mesma pergunta que já ecoou outras vezes: até que ponto esses números representam a realidade e não os interesses de quem contrata o levantamento? Em um estado onde pesquisas já influenciaram alianças, decisões estratégicas e até narrativas na imprensa, confiar cegamente no INOP pode ser um risco calculado demais. Afinal, quando erros se repetem, a dúvida deixa de ser exceção para virar regra.
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