O Partido dos Trabalhadores do Maranhão vive hoje um de seus momentos mais desafiadores. Sem representação na Assembleia Legislativa, com sua presença institucional fragilizada no estado, o PT corre o risco real de se tornar apenas um acessório do Palácio dos Leões, um partido que sobrevive de cargos, favores e alianças construídas de cima para baixo, sem raiz nem rumo.
A pré-candidatura de Felipe Camarão ao Governo do Estado, colocada com legitimidade, apoio popular e respaldo de figuras nacionais, como o próprio presidente do partido, Edinho Silva, deveria ser tratada como uma oportunidade de reconstrução da identidade petista no estado. No entanto, a cada sinal de fortalecimento dessa candidatura, surge uma nova onda de sabotagens, articulações paralelas e tentativas de despotencialização.
São gestos e omissões que não passam despercebidos: a ausência de convocação de uma plenária para discutir plano de governo, o silêncio diante dos ataques internos, as manobras de bastidores que operam para enfraquecer Camarão e desmontar qualquer construção autêntica de candidatura própria. Fala-se em unidade, mas atua-se em prol da submissão.
É preciso ter clareza: há uma ala do partido no Maranhão que trabalha, abertamente ou nos bastidores, para entregar o PT de vez ao Palácio. Lideranças como Francimar Melo, com gestos recorrentes ao governador Carlos Brandão, e figuras como Cricielle Muniz e Washington, articulam-se não para fortalecer o partido, mas para garantir seu espaço junto ao poder estabelecido.
Chega-se ao ponto de recorrer à direção nacional não para defender o protagonismo do PT, mas para pedir que Edinho Silva interceda contra a única candidatura viável que pode recolocar o partido no centro do debate político estadual. Um contrassenso completo, ainda mais quando o próprio Edinho tem se mostrado simpático à pré-candidatura de Felipe Camarão, reconhecendo sua força e legitimidade.
O que está em jogo é mais do que uma candidatura: é o futuro do PT no Maranhão. Ou o partido decide disputar o estado com coragem, projeto e base popular, ou continuará a ser tutelado por grupos políticos que só o querem como coadjuvante.
Não há mais tempo para hesitação. Quem defende um PT grande, combativo e fiel à sua história precisa dizer com todas as letras: é hora de disputar o Maranhão com coragem, com projeto, com Felipe Camarão na cabeça. O resto é silêncio cúmplice.

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